No fundo dos olhos dele eu pude
ver que havia muito sentimento guardado ali, tudo que ele havia dito que
esqueceu.
Ali parada, sentindo suas mãos
nas minhas, sob o brilho fraco das estrelas me perguntei se ele teria me feito
tão feliz quanto prometeu fazer e no seu sorriso torto, meio envergonhado, me
olhando nos olhos como poucos fazem, eu o vi dizer em silêncio que só esperava
que eu dissesse que me arrependi e pedisse pra ele voltar.
E eu pensei nisso, de verdade. E
enquanto pensava, percebi uma coisa que não vai mudar: Eu o amo. Sim, com todo
meu coração e minha alma. Mas não o amo como deveria.
Meu amor é complexo e egoísta.
Eu não gosto quando estou em seus braços podendo beijá-lo e dizer que ele é
meu, me sinto presa. Mas eu simplesmente adoro ter seu abraço me envolvendo com
afeto enquanto me consola. E quando vai embora, não gosto das despedidas com
que terminam com um ‘’vou sentir saudades’’ e um beijo melado. Prefiro que vá
me deixando apenas com um sorriso iluminado e um ‘’até depois’’.
Gosto ainda de saber que ele vai
estar pensando em mim mesmo que não diga, e que quando eu estiver triste me
abrace assim, do nada, sem muitas perguntas e permaneça calado ao meu lado.
E quando olho novamente em seus
olhos, tudo isso passa pela minha cabeça, e penso pela milésima vez em
reconsiderar e dizer ‘’fique, preciso de você’’. Mas no fim das contas, quando
chego a conclusão de que não quero fazer ninguém sofrer com esse tipo estranho
de amor – que é tudo o que tenho a oferecer - do modo como sofro por causa dos outros, tudo
que sai dos meus lábios é um boa noite seco e abafado.
Desvencilho minhas mãos das dele
e fico parada com minhas incertezas egoístas apenas observando enquanto o único
que já tentou me fazer feliz vai embora mais uma vez.
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