Ultimamente eu tenho estado mais
sei lá do que de costume. Acho que quando a gente começa a pensar nas coisas
por muito tempo o cérebro meio que dá uma pane e talvez seja isso o que
aconteceu comigo.
Tenho perdido horas fitando o
nada tentando encontrar algum sentido nessa coisa toda que é a minha vida. De
repente parece que o mundo todo vai cair em cima de mim, entende?
Acabei percebendo que estou com
uma penca de assuntos mal resolvidos, tenho um monte de amigos que não são
amigos, tem um buraco enorme de saudade no meu peito e mais uns mil comos e porquês que ninguém me explicou ainda.
O mundo como eu conhecia
simplesmente está acabando, como um 2012 em 2013. Logo logo tudo o que eu mais
amo vai virar pó de lembrança e sorriso congelado em fotografia.
Velhos hábitos terão que
morrer... Já começaram a morrer na verdade, e isso me mata.
Cheguei a muitas conclusões
importantes também, mas tem horas em que acho que seria melhor ter deixado tudo
como estava, porque ai o sofrimento era por causa de uma única coisa – um coração
adolescente partido duas vezes (o que é
muito doloroso, diga-se de passagem) – e agora tem haver com tudo que está
ao meu redor.
Sabe, eu gosto de mudanças, mas,
de uma hora pra outra está tudo mudando rápido demais, as coisas estão
simplesmente desaparecendo, sendo atropeladas.
Esses dias peguei um espelho e
fiquei procurando a garotinha de 10 anos atrás com “janelinhas” no lugar dos
dentes da frente, a mesma que aparece sorrindo sem se importar, a mesma que
vestia fantasia sempre que podia, a mesma que não tinha medo de ser ela mesma.
Ai me perguntei: No que será que a menina de olhos grandes e brilhantes que
usava palavras que nenhuma criança utiliza se transformou?
Será que ela, que esperava tanto
da vida, já está no caminho do que procurava?
E fiquei com raiva por saber que
a resposta pra essa última pergunta era não, porque aquela garotinha esta
prestes a pegar todos os caminhos errados. E por quê? Esse é um dos porquês que vai ficar sem resposta pra
você, ou talvez para outro dia, quem sabe.
Ta bem... – considere um suspiro
longo – Ainda tenho muito que viver pra ficar aqui reclamando né? A vida é tão
curta, dizem, e é exatamente esse o problema. A vida é curta demais e eu me
pergunto quando ou se em algum momento vou parar de me arrepender das escolhas
pra começar a viver.
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